O que é AVC e quais os principais sintomas da doença?
O que é AVC?
O acidente vascular cerebral, também denominado derrame cerebral ou acidente vascular encefálico (AVE), é uma patologia que ocorre quando há um entupimento ou o rompimento dos vasos que levam sangue ao cérebro, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem a adequada circulação sanguínea.
Basicamente, existem dois tipos de AVC: AVC isquêmico e AVC hemorrágico.
AVC isquêmico
Ocorre quando há o entupimento dos vasos sanguíneos que irrigam o tecido cerebral. A obstrução ocorre por conta da formação de um coágulo de sangue que se forma na parede do vaso (trombo). Existem 5 tipos de AVC isquêmico:
- AVC isquêmico lacunar: quando o trombo é formado em um pequeno vaso, comum em pessoas hipertensas;
- AVC isquêmico aterotrombótico: tem como principal causa a aterosclerose (formação de placas nos vasos sanguíneos, levando à oclusão destes);
- AVC isquêmico cardioembólico: quando o êmbolo causador do derrame se origina do coração;
- AVC isquêmico criptogênico: quando a causa não foi determinada;
- AVC isquêmico de outra etiologia: mais comum em jovens, relacionado a distúrbios na coagulação do sangue, vasculite, vaso dissecção ou outras origens.
AVC hemorrágico
Ocorre devido ao comprometimento de alguma artéria cerebral, levando ao seu rompimento desta. A hemorragia pode acontecer por meio de duas maneiras:
- No interior do tecido cerebral (AVC hemorrágico intraparenquimatoso), mais comum e responsável por 15% de todos os casos de AVC;
- Entre o cérebro e a meninge, conhecido como AVC hemorrágico subaracnóideo.
O AVC hemorrágico é menos comum quando comparado ao isquêmico, no entanto pode ser mais fatal.
Quais são os principais sintomas do AVC?
Fraqueza
Ocorre diminuição ou perda súbita da força na face, braço ou perna, de um lado do corpo.
Formigamento da face
Alteração repentina da sensibilidade facial. Também pode ocorrer em braços e pernas, de um lado do corpo.
Alteração na visão
Perda de visão em um ou nos dois olhos.
Alteração do equilíbrio
Ocorre comprometimento no equilíbrio corporal, com perda de coordenação motora, tontura e alteração no andar.
Dores de cabeça
As dores de cabeça acontecem de modo repentino. A dor é intensa e sem causa aparente.
Alterações na fala
A alteração normalmente é aguda, incluindo dificuldades para articular, expressar ou compreender a linguagem.
Vertigem
É observada uma sensação de instabilidade, seguida de vertigem intensa e desequilíbrio associado a náuseas e vômitos.
Como é feito o diagnóstico do AVC?
O diagnóstico de AVC é realizado pelos serviços de saúde de emergência, com base nos sintomas observados no paciente e nos resultados de estudos de imagem.
Os principais métodos de diagnósticos por imagem são: tomografia computadorizada, ressonância magnética do encéfalo, ultrassonografia das artérias vertebrais e das carótidas e angiografia.
O objetivo das imagens é identificar a causa – se obstrução ou hemorragia –, o local, a extensão e a gravidade da lesão.
Na fase inicial, também são feitos exames para avaliar o pulmão e o coração, a fim de verificar a possibilidade de os sintomas estarem relacionados à obstrução em alguma artéria desses órgãos.
Como identificar os sintomas?
Para saber melhor o que é um AVC, a gravidade do caso e poder ajudar quem precisa, é imprescindível aprender a reconhecer um caso inicial, porque cada segundo perdido pode acarretar danos irreversíveis ao cérebro.
Se você perceber que alguém próximo está apresentando confusão mental, fortes dores de cabeça sem histórico definido, dificuldade de enxergar com um ou ambos os olhos, com a fala confusa, apresentando incoordenação motora nos braços e para caminhar, fraqueza, dormência na face, braços e pernas, especialmente se for em apenas um lado do corpo, não espere essa pessoa melhorar. Corra para a emergência médica!
Quais as causas dessa doença?
Os principais fatores de risco de AVC são hipertensão arterial, colesterol elevado, diabetes, tabagismo, histórico familiar, ingestão de álcool e drogas, sedentarismo e obesidade.
Hipertensão arterial
Em termos fisiológicos, pressão sanguínea é a pressão arterial necessária para que o sangue do coração consiga ser enviado para o resto do corpo. A média de uma pessoa saudável é uma pressão de 120/80 mmHg, o que, em outras palavras, corresponde à expressão “12 por 8”.
Nos casos de pressão arterial elevada, há um comprometimento geral dos casos sanguíneos, pois ficam constantemente tendo que sustentar a hipertensão. Em relação ao cérebro, o rompimento de um vaso provoca o AVC.
Colesterol elevado
Altos níveis de gordura no sangue, especialmente de LDL (“colesterol ruim”), ocasionam a formação de placas nas paredes arteriais, o que dificulta o fluxo sanguíneo adequado. Assim, as chances de um AVC aumentam significativamente.
Diabetes
É uma enfermidade causada por uma deficiência ou resistência de insulina, fundamental no metabolismo da glicose no corpo.
Pessoas com diabetes frequentemente apresentam hiperglicemia, ou seja, excesso de “açúcar no sangue”, condição que, além de outras consequências graves, compromete o processo de coagulação sanguínea, aumentando a predisposição a hemorragias que, se ocorrer no cérebro, desencadeia um AVC.
Tabagismo
O cigarro possui milhares de componentes tóxicos. Quando inaladas, essas substâncias nocivas são absorvidas pelos pulmões e entram na corrente sanguínea, comprometendo drasticamente as células do sistema circulatório.
Dessa maneira, o risco de um AVC torna-se bem maior em fumantes do que em não fumantes.
Histórico familiar
O acidente vascular cerebral tem certa condição genética. Por isso, quem tem histórico familiar de AVC ou outra doença vascular, tal como hipertensão e infarto, tem maior probabilidade de apresentar esse distúrbio vascular.
Ingestão de álcool e drogas
Por ser fator de risco de hipertensão e colesterol elevado, o consumo rotineiro de álcool é relacionado ao aumento do risco de AVC.
Uso de cocaína ou crack provocam lesões arteriais e picos hipertensivos, podendo causar o acidente vascular cerebral.
Sedentarismo
A pessoa sedentária tem mais probabilidade de ter o peso elevado, condição que pode estar atrelada aos outros fatores de risco aqui expostos.
Obesidade
Por estar associada aos demais fatores de risco de ocorrência de um AVC, a obesidade se torna uma característica de quem está mais propenso a ter esse tipo de disfunção.
Qual o tratamento adequado para o AVC?
A partir do início dos sintomas, o tempo hábil para tratar um AVC é limitado. Sendo assim, se você suspeitar que você ou alguém próximo está tendo um AVC, siga imediatamente os seguintes procedimentos:
- Ligue para um serviço médico de emergência (192 – Ambulância SAMU);
- Vá imediatamente ao hospital mais próximo, se possível, um que seja preparado para atender casos de AVC.
Mesmo se os sintomas desaparecerem em poucos minutos, ligue para o número da emergência (192), essa atitude pode ser sua última chance de evitar um AVC potencialmente fatal.
Cuidados hospitalares, medicações, cirurgia vascular e reabilitação são tratamentos importantes após o AVC.
Pense rápido e haja rápido. AVC é uma emergência médica!
Os danos são consideravelmente maiores quando o atendimento demora mais de 3 horas para ser iniciado e a medicação deve ser aplicada até, no máximo, 4h30 após o início do AVC. Por isso, é imprescindível a agilidade na emergência hospitalar.
Quanto mais cedo é iniciado o tratamento, melhores são as chances de êxito.
Quanto aos medicamentos, trombolíticos e anticoagulantes podem minimizar a extensão dos danos.
O procedimento cirúrgico é indicado em certos casos, para que os coágulos sejam retirados e, assim, haja o reestabelecimento da pressão vascular cerebral e do fluxo sanguíneo.
É importante se ter em mente que somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para cada caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento.
Siga sempre à risca as orientações do seu médico, jamais se automedique e não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico.
Por se tratar de um agravo que afeta boa parte da população, a prevenção deve ser levada a sério, especialmente para pessoas com histórico familiar ou que se enquadram em um ou mais fatores de risco, os quais já foram descritos aqui.
É possível prevenir o AVC adotando hábitos saudáveis na rotina, tais como:
- Tenha uma alimentação balanceada e saudável, evite comidas gordurosas ou com alta quantidade de sódio, aumente o consumo de frutas, verduras e vegetais e corte os refrigerantes e o álcool;
- Pratique exercícios físicos regularmente, encontre uma atividade que te dê prazer, como corrida, natação, esportes coletivos ou dança e consulte um médico antes;
- Controle seu peso para evitar a obesidade e o sobrepeso, que são condições que podem desencadear hipertensão e diabetes, fatores de risco do AVC;
- Pare de fumar, as substâncias presentes no cigarro – em especial a nicotina – ajudam a degradar a parede arterial;
- Mantenha a saúde cardíaca em dia, vá ao médico regularmente.
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