Mal de Alzheimer: como identificar os sintomas iniciais?
O que é o mal de Alzheimer?
O mal de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa incurável que se torna mais grave ao longo do tempo, comprometendo diversas funções, pois sua principal característica é a morte das células cerebrais.
A morte dos neurônios e a redução do número de ligações entre as células restantes, ou sinapses, fazem com que o tamanho e o volume do cérebro da pessoa com Alzheimer diminua gradativamente com o avançar da doença. Por essa razão, o doente torna-se cada vez mais dependente de outras pessoas.
Inicialmente, é possível perceber nos portadores do mal de Alzheimer a perda da memória recente – é nesse momento que muitas famílias diagnosticam o Alzheimer. Com o passar do tempo, o doente vai perdendo outras funções que dependem do cérebro, como capacidade de julgamento, linguagem, orientação, aprendizado, pensamento abstrato e, por fim, a capacidade de realizar tarefas mais simples, como cuidar da própria higiene.
O mal de Alzheimer foi descrito pela primeira vez em 1906, e ainda hoje permanecem muitas dúvidas sobre suas causas. Um dos principais questionamentos é se tem origem genética ou se o estilo de vida é o que mais influencia para o desenvolvimento da doença.
Estudos estimam que 6% dos idosos com mais de 60 anos tenham doença de Alzheimer, o que equivale a quase um milhão de pessoas no Brasil. Esta é a causa mais frequente de demência em idosos.
Quais são os principais sintomas do Alzheimer?
Perda de memória recente
Um dos primeiros sintomas do Alzheimer é a perda de memória recente. O idoso se lembra de fatos que aconteceram há muitos anos, mas se esquece de pessoas que conheceu nos últimos dias e de acontecimentos recentes. O paciente também tem sua capacidade de aprendizagem afetada, e repete perguntas várias vezes, mesmo depois de obter a resposta desejada. Esquecimentos são comuns na terceira idade, mas se esquecer de coisas recentes é um sinal de que a comunicação entre os neurônios está falhando.
Perda da capacidade de planejamento e resolução de problemas
Todos nós nos complicamos e até perdemos a linha de raciocínio quando somos interrompidos ou estamos trabalhando em algo muito complexo. Entretanto, a perda da capacidade de resolução de problemas se apresenta como sintoma do Alzheimer quando a pessoa tem dificuldades em se concentrar mesmo em raciocínios simples, com os quais está acostumada.
Dificuldade para executar tarefas rotineiras
O idoso costumava fazer compras semanalmente, mas deixou de fazê-las porque se esquecia de comprar algumas coisas mais básicas. Ou talvez tenha apresentado dificuldades em usar um telefone, o aparelho de televisão, limpar a casa ou regar as plantas. Se as tarefas de rotina começam a se tornar confusas, fique atento: este pode ser um sintoma do Alzheimer. Isso também inclui ficar perdido ou desorientado em locais que o idoso frequenta, como um ambiente de trabalho ou a própria casa, ou se esquecer do que ia fazer em um cômodo ou loja assim que chega lá – e não se lembrar mais, mesmo fazendo esforço.
Dificuldade em se situar no tempo
Não é incomum que, ao se aposentar, os idosos comecem a confundir os dias da semana ou do mês. Isso pode acontecer com qualquer pessoa, inclusive com estudantes e trabalhadores em férias. Essa dificuldade em se situar no tempo só deve ser um sinal de alerta quando se torna constante e também quando o idoso insiste no erro mesmo tendo sido informado da data há pouco tempo. Outro sinal de alerta é quando a pessoa não consegue dizer há quanto tempo está em certo local ou tem dificuldades de entender os conceitos de passado e futuro.
Confundir objetos
Em casos de Alzheimer, a confusão do paciente vai muito além de não se lembrar de onde deixou determinado objeto. Pacientes com Alzheimer podem colocar objetos em locais inapropriados – guardar um controle remoto no refrigerador, por exemplo – ou repetir tarefas com objetos, como lavar uma louça diversas vezes. O paciente também não consegue refazer um caminho ou responder à pergunta: “Onde você viu determinado objeto pela última vez”?
Problemas com linguagem e expressão
Um dos sintomas do Alzheimer é se esquecer de palavras comuns, que a pessoa sempre usou no dia a dia, de repente. Além disso, é comum a perda da capacidade de terminar as frases e os raciocínios, tornando a conversa cotidiana algo difícil, e também começar a apresentar dificuldades para escrever e interpretar um texto. Por isso, recomenda-se manter a mente ativa com leituras e palavras cruzadas para prevenir o Alzheimer.
A linguagem é uma área muito afetada, por isso dificuldades para ler e escrever são sintomas do Alzheimer.
Mudança profunda de comportamento e de humor
Todas as pessoas têm dias em que estão mais animadas e felizes e dias em que estão mais tristes e retraídas. No entanto, mudanças de comportamento e de humor muito bruscas, de uma hora para outra, e sem razão aparente podem ser sintomas do Alzheimer. Geralmente se percebe agressividade no paciente com Alzheimer, mas a mudança de comportamento também pode incluir ficar apático – sem esboçar emoção ou reação.
Insônia
A insônia é um dos primeiros sintomas do Alzheimer, que aparece quando nada mais de diferente pode ser ainda observado. A insônia é também mais comum entre os portadores do mal de Alzheimer do que em outros grupos populacionais. Ela é inclusive comum em idosos, que precisam de menos tempo dormindo para descansar, e deve ser levada a sério quando atrapalha a vida do idoso e aparece junto a outros sintomas.
Você deve ter percebido que há uma linha tênue que separa características naturais do envelhecimento e os sintomas do Alzheimer. Por isso, para um diagnóstico mais rápido e preciso, é fundamental que os familiares prestem atenção à frequência com que estes sintomas aparecem.
Como é feito o diagnóstico do Alzheimer?
Infelizmente, não é possível diagnosticar o mal de Alzheimer com exames de sangue ou de imagem, como quem diagnostica um osso quebrado ou um tumor. A observância de alguns dos sintomas de Alzheimer é o primeiro sinal de alerta, e é o que leva a maioria dos familiares a suspeitar de que algo está errado no processo de envelhecimento.
O diagnóstico do Alzheimer é feito por eliminação, ou seja, conforme são descartadas outras causas que podem ser detectadas via exames e que apresentam sintomas parecidos com os do Alzheimer. Por exemplo: problemas na fala podem ser causados por um acidente vascular cerebral, assim como há diversas causas – pressão alta, hipotireoidismo, falta de vitaminas e outras – para esquecimento e problemas de raciocínio.
Assim, um médico, em geral neurologista ou geriatra, analisa o histórico do paciente, conversa com os familiares, faz alguns testes cognitivos e também exames como a tomografia computadorizada para eliminar as demais doenças e finalmente fechar o diagnóstico para Alzheimer. Com este procedimento, o diagnóstico acerta em 90% dos casos – só há 100% de certeza quando se faz uma análise do tecido cerebral após a morte do paciente.
Embora o mal de Alzheimer seja incurável, é muito importante que a doença seja diagnosticada nos seus estágios iniciais, para que o paciente comece a receber intervenções, tenha o avanço da doença retardado e ganhe, em especial, qualidade de vida.
Como identificar os sintomas?
Só há uma maneira de identificar os sintomas do Alzheimer: através da observação. Esta observação pode ser feita pelos familiares ou por enfermeiros e cuidadores. Após perceberem estes primeiros sinais de alerta, os responsáveis devem observar a frequência com que o idoso comete erros, esquecimentos e confusões. Se for muito frequente, o idoso deve ser levado para ser examinado por um médico.
Quais as causas deste mal?
Aí está um dos grandes enigmas do mal de Alzheimer: ainda não foram confirmadas suas causas exatas.
Diversos pesquisadores gastam anos testando hipóteses sobre as causas do mal de Alzheimer. Os doentes de Alzheimer são afetados pelo aparecimento de placas senis no cérebro, originadas pelo acúmulo de proteínas que não deveriam ser produzidas ali. Por isso, alguns apontam para deficiências naturais de enzimas e proteínas como a causa da doença – e esta hipótese indicaria que não há muito a fazer para prevenir o mal de Alzheimer.
Pessoas com hábitos sedentários, fumantes, diabéticos, pessoas que sofreram algum traumatismo craniano ou que tiveram muito contato com metais pesados como alumínio e mercúrio têm maiores chances de desenvolver Alzheimer. Não há indícios de que o mal de Alzheimer seja causado por problemas circulatórios.
Embora isso seja muito raro, indivíduos com menos de 65 anos também podem desenvolver mal de Alzheimer. Nestes casos, a causa do Alzheimer é hereditária e a piora do paciente é mais rápida.
Uma pessoa com Alzheimer precisa ser interditada?
O mal de Alzheimer tem quatro estágios, do inicial ao terminal. Com a progressão da doença, o portador de mal de Alzheimer fica cada vez menos independente. Nos estágios iniciais, o paciente pode muito bem realizar tarefas simples, desde que seja estabelecida uma rotina para isso e, se possível, o paciente deve andar identificado com uma pulseira ou colar com seu nome e endereço, caso ele se perca.
Com o passar do tempo e o agravamento do estado, ele perde mais e mais habilidades. Começa a ficar mais tempo dentro de casa, quase não toma mais decisões sozinho e perde a capacidade de cuidar de si mesmo. Nesse estágio, ou até um pouco antes, é comum que a família fique preocupada, em especial em relação aos muitos golpistas que se aproveitam de pessoas de idade com problemas graves para tirar dinheiro delas.
Por isso, para evitar dores de cabeça futuras e até dar mais segurança ao portador do mal de Alzheimer, muitos familiares optam pela interdição. A interdição é um processo judicial que garante que o portador de Alzheimer não pode fazer determinadas coisas, como assinar cheques e contratos, sem um curador ao seu lado.
Como interditar uma pessoa com Alzheimer?
Para o processo de interdição, é necessário contratar os serviços de um advogado. A interdição pode ser feita por um cônjuge, filho, parente ou mesmo pelo Ministério Público – neste último caso, não é preciso contratar um advogado.
Após a família decidir interditar a pessoa com Alzheimer, deve ser redigida uma petição inicial com as causas para a interdição. Junto com este documento deve constar um laudo médico diagnosticando o Alzheimer e justificando a interdição.
Quando o processo se inicia, marca-se uma data para que a pessoa que está sendo interditada compareça perante o juiz, se sua mobilidade lhe permitir, e passe por uma pequena entrevista. Se o doente estiver incapacitado de ir ao tribunal, o próprio juiz deve se deslocar até a casa ou casa de repouso em que o doente estiver. Neste momento, e em até 15 dias após a entrevista, o juiz pode recusar o pedido de interdição.
O próximo passo é passar por uma equipe médica que vai emitir um laudo pericial. Estes médicos podem ou não especificar quais atividades o idoso não está mais capacitado a fazer, ou seja, para quais atividades ele precisa de um curador.
O curador é a pessoa que ficará responsável por administrar os bens e assinar documentos no lugar do doente. O curador é determinado pelo juiz, e em geral é um familiar, cuidador ou mesmo a pessoa que entrou com o pedido de interdição.
Prestar atenção aos sintomas iniciais do Alzheimer é fundamental para que o diagnóstico seja rápido e o doente tenha uma expectativa de vida maior. Qualidade de vida e bem-estar devem ser as prioridades na terceira idade, e para isso cuidar da saúde é essencial.
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